sexta-feira, março 15, 2013

Num café-escritório qualquer

Faz oito anos que abri mão de trabalhar trancada em uma sala. Uma série de motivos me levaram a tomar essa decisão e, apesar da segurança do dinheiro na conta todo dia cinco, minha qualidade de vida mudou completamente.
Não sei por que raios, janelas amplas e arejadas nunca foram pontos fortes das empresas por onde passei e, talvez por isso, valorize tanto passar o dia ao ar livre. Além de ver o dia de cabo a rabo, de sentir o sol, o vento e - fazer o que - a chuva, adoro meus cafés-escritório, lugares que escolhi para trabalhar, pagando o aluguel em espressos e pães de queijo.
E de tudo, o que mais me fascina, é ter colegas de trabalho novos todos os dias. Gente que senta ao lado para trabalhar, conversar, almoçar ou discutir a relação. Não nego: às vezes finjo estar concentrada numa planilha, somente para lançar minha atenção ao lado. Já escutei senhoras falando de sexo, fazendeiros sobre cifras, noivas planejando casamentos nada modestos e até uma pastora reclamando do pai castrador (na realidade, este último passa-se no exato instante em que escrevo este post).
Talvez seja indiscrição, mas as pessoas falam alto mesmo, às vezes embaladas por jarras de clericot às três da tarde. Mas sabe o que? Ver a diversidade me inspira. Não que eu não julgue, sou humana. E mulher. Mas às vezes, em horário comercial, ficamos tão centrados no nosso mundinho, falando somente sobre os mesmos assuntos e conversando com as mesmas pessoas, que um sopro de vidadooutro deixa o dia mais leve.
Então, antes de voltar aos e-mails, vou escutar como termina a história da pastora e pedir mais um espresso. Ou quem sabe, um clericot.

Um comentário:

Anônimo disse...

e a dica de onde ir? Quais cafés valem a pena pra quem não quer/não tem escritório?