segunda-feira, fevereiro 18, 2008

A felicidade é uma coisa boa. E tão delicada também

Sala de espera do ginecologista, uma mãe grávida entra na consulta, deixando a filha menor sob os cuidados de uma senhora na sala de espera.
A menina usa uma máscara no rosto e é extremamente simpática. Ela olha para mim, claramente querendo puxar algum assunto.

- "Oi", digo eu
- "Oi", ela responde sorrindo
- Qual o seu nome?
- ... (já esqueci, pois tenho péssima memória para nomes)
- Que nome lindo (era mesmo). E quantos anos você tem?
- Três. Já sou uma criança. Quando eu era pequena eu não usava bolsa... e hoje eu vim de bolsa e batom.

Papo vai, papo vem, já tinha dado para notar que ela era especial. Mas a máscara me chamava a atenção e ela talvez tenha notado:

- Eu tenho leucemia e faço tratamento, mas já estou ficando bem
- ... (nó na garganta)
- Quando estou no tratamento, finjo que a cadeira é uma poltrona de avião e que estou viajando. Vamos fingir que estamos viajando?
- Vamos sim. Para onde estamos indo?
- Para São Paulo. E ela sorriu.

Ela passou 30 minutos na sala de espera conversando comigo e sorrindo.

E assim, eu concluo:
1. Algumas pessoas brilham e passam por provações inexplicáveis que as tornam ainda mais especiais;
2. A felicidade não é uma questão de fatos ou 'coisas'. É apenas uma forma de encarar a vida;
3. Temos muito a aprender com as crianças, no mínimo tentar encarar a vida sob outro ângulo.

E uma pequena grande criança me tornou hoje, em apenas 30 minutos, um tico diferente e um tanto mais feliz.

3 comentários:

Anônimo disse...

isso se chama "lição de vida", que algumas pessoas nos passam. beijos

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Karina disse...

Nossa sis... isso aconteceu de verdade?? Que lindo... eu teria aberto um berreiro la com ela.... tadinha!