Caindo na real

Quando eu tinha uns 4 anos, disputava a atenção de minha mãe com minha irmã - hoje do meio, na época, caçula. Até que um dia, tive a feliz idéia de me machucar, de mentirinha, para garantir os mimos que tanto adorava. Peguei uma canetinha vermelha e desenhei um corte, caprichosamente craquelado, no meu joelho. Fingi um choro sentido e fui mostrar para minha mãe:
- Ai, ai, ai... Meu joelhoooo
- Nunu, só você. Hahahahahaha

Quando eu tinha uns sete anos, já era perua. Usava bolsa e batom. Até que um dia resolvi - e por que não - que também teria peito. Que menina não sonha com isso? Ainda mais eu, que passei a vida rodeada por soutiens. Eis que pego meu pequenino e único soutienzinho e coloco chumacinhos de algodão. Pronto, estava "abafando", linda e bela. Passeando com minha mãe, encontro minha tia querida pelas ruas do Jardins:
- Ué Nunu, o que é isso no... Ah! Hahahahahaha

Quando eu me formei na faculdade, com 21 anos, me fizeram acreditar que eu logo desbravaria o mundo. Que talvez estivesse no Festival de Cannes ou sendo transferida para uma ultra-hiper-mega empresa com sede em NY alguns anos depois.
- Hahahahahaha
(Pelo menos agora, que dá risada sou eu)