sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Escolhas

Definitivamente acho que somos todas mulheres um pouco ansiosas. Estamos sempre prontas para a próxima etapa sem saber se a última foi bem cumprida. Ou sem parar para pensar se a próxima etapa é esta mesmo. Se queremos ter uma penca de filhos ou fazer um curso de moda em NY.

Claro que fazemos escolhas. E que bom. Mas quem nunca parou para pensar se, por exemplo, com um ‘x’ num quadradinho diferente na inscrição da Fuvest, sua vida não seria completamente diferente?
É injusto termos uma chance só de escolhas que traçam todo nosso destino. É injusto não podermos fazer um teste vocacional da vida: “Nurit, pelo seu perfil, vejo você casada montando uma creche no Himalaia”. Ui. Mas por que não?

Fico angustiada pensando se sou o que há dez anos atrás imaginava que seria. Talvez em alguns aspectos, não em todos. É angustiante. E é libertador. É angustiante porque fazemos escolhas e com elas vislumbramos milhares de outras oportunidades perdidas. Mas é também libertador porque estas escolhas foram nossas. E Freud que me desculpe: a partir de uma certa idade, só nossas.

Enfim, parei para pensar nisso porque às vezes sou míope a ponto de achar que uma escolha errada, uma resposta negativa ou uma dificuldade fora dos planos vai acabar comigo. E realmente acaba por um tempo. Choro, questiono tudo, encho a paciência do Beto e tenho crises de ansiedade (e que crises). E depois sempre percebo que tudo continua. As famosas escolhas me trouxeram até aqui e vão me levar para onde quer que seja. Mas tudo continua.


Por: Nurit um tanto quanto neuras

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